Compositor: Silvio Rodríguez
Sempre que se conta uma história
Se fala de um velho, de um menino ou de si
Mas minha história é difícil
Não falarei de um homem comum
Contarei a história de um ser de outro mundo
De um animal de galáxia
É uma história que tem a ver
Com o curso da Via Láctea
É uma história enterrada
É sobre um ser do nada
Nasceu em uma tempestade
No Sol de uma noite no penúltimo mês
Foi de planeta em planeta
Procurando água potável
Talvez procurando a vida ou a morte
Isso nunca se sabe
Talvez procurando silhuetas ou algo parecido
Que fosse adorável
Ou pelo menos querível
Beijável, amável
Ele descobriu que as minas do Rei Salomão
Estavam no céu
E não na África ardente
Como as pessoas pensavam
Mas as pedras são frias
E lhe interessava calor e alegrias
As joias não tinham alma
Eram apenas espelhos, cores brilhantes
E, finalmente, desceu para a guerra
Desculpe! Eu quis dizer a terra
Soube da história do golpe
Sentiu em sua cabeça cristais moídos
E entendeu que a guerra
Era a paz do futuro
O que é mais terrível veremos em seguida
E o que é belo nos custa a vida
A última vez que o vi indo embora
Entre fumaça e estilhaços, contente e nu
Ia matando canalhas
Com seu canhão de futuro
Ia matando canalhas
Com seu canhão de futuro